Um avião com 178 venezuelanos deportados pelos Estados Unidos – sendo 165 homens e 13 mulheres – aterrissou na madrugada desta sexta-feira em Caracas. Este é o segundo grupo de repatriados após a retomada dos voos de deportação há cerca de uma semana.
A aeronave da companhia estatal Conviasa pousou no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, no estado de La Guaira, que atende a capital venezuelana. Os migrantes foram recebidos pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, conforme imagens exibidas pela emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV).
"Este voo traz 178 compatriotas que sofreram perseguição e foram estigmatizados nos Estados Unidos", declarou Cabello, acompanhado por Anahí Arizmendi, chefe da missão 'Regresso à Pátria'.
O ministro também acusou os governos dos Estados Unidos e de El Salvador de manterem um grupo de venezuelanos em condições precárias no país centro-americano. Segundo ele, mais de 200 cidadãos foram deportados sob a alegação de estarem ligados à gangue Tren de Aragua, originada em uma prisão venezuelana. "Seguimos exigindo a libertação desses compatriotas que estão em El Salvador", acrescentou.
Cabello ressaltou ainda que não há evidências de que os deportados estejam associados ao grupo criminoso e alertou sobre a preocupação manifestada por alguns dos imigrantes devido à separação de suas famílias, que permaneceram nos EUA. "O governo norte-americano está dividindo e destruindo famílias", criticou. Ele também mencionou relatos de deportados que afirmaram ter ficado algemados por três dias.
O voo transportava inicialmente 223 pessoas, mas apenas 178 chegaram à Venezuela, conforme apontado pelas autoridades locais. Desde fevereiro, 1.296 venezuelanos já retornaram ao país por meio desses voos. Esse número inclui 190 pessoas recebidas inicialmente, 176 repatriadas da base norte-americana de Guantánamo, e outros grupos vindos do México e do Texas, com escala em Honduras.
O presidente Nicolás Maduro, que assumiu seu terceiro mandato em janeiro após uma reeleição controversa, denunciou recentemente o tratamento dado aos migrantes venezuelanos nos EUA. Ele afirmou que muitos estão sendo perseguidos, presos ou desaparecidos, e exigiu que os Estados Unidos respeitem seus direitos humanos.
