Um novo desafio se impõe no centro da Escola Central do Partido Frelimo, em Matola, na província de Maputo. O local será palco, entre quinta-feira e sábado, da IV Sessão Ordinária do Comité Central, o principal órgão partidário entre os Congressos.
Se em abril de 2024 a sucessão na liderança do partido – especialmente a escolha do candidato presidencial – foi o tema central, agora a atenção recai sobre a composição da Comissão Política. O debate sobre esse tema foi introduzido pelo ex-Ministro da Defesa, Agostinho Mondlane, durante a III Sessão Extraordinária do Comité Central, realizada em fevereiro deste ano, que resultou na eleição de Daniel Chapo como Presidente do partido e de Chakil AbooBacar como Secretário-Geral.
Na ocasião, Mondlane questionou a agenda proposta pela Comissão Política, que previa a eleição do novo Presidente do Partido, do Secretário-Geral e dos membros do Secretariado do Comité Central, mas não incluía a escolha de uma nova Comissão Política. A preocupação, compartilhada por outros membros do partido, não obteve resposta imediata de Filipe Nyusi, que então liderava a sessão. Contudo, o debate sobre a questão foi adiado para a reunião desta semana.
Conforme os Estatutos da Frelimo, aprovados no XII Congresso, realizado em setembro de 2022, cabe ao Comité Central eleger a Comissão Política. No entanto, as regras não especificam datas ou ocasiões para essa eleição, o que gera incertezas.
Atualmente, a Comissão Política conta com figuras como Daniel Chapo, Chakil AbooBacar, Alberto Chipande, Filipe Paúnde, Alcinda De Abreu, Verónica Macamo, Eneas Comiche, entre outros. Além disso, o Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro e o Chefe da Bancada Parlamentar da Frelimo têm assento no órgão, mas sem direito a voto.
Outro ponto em pauta na IV Sessão Ordinária será a eleição dos membros do Secretariado do Comité Central, responsáveis por áreas como Administração e Finanças, Organização do Partido, Comunicação e Imagem, Assuntos Parlamentares, Mobilização Social e Relações Exteriores.
Além dos processos eleitorais internos, o Comité Central também avaliará a situação política, social e econômica do país, marcada pelos protestos pós-eleitorais, e fará um balanço das VII Eleições Gerais e IV Provinciais, que consolidaram a liderança de Daniel Chapo e garantiram à Frelimo a maioria parlamentar e o controle das províncias.
