Maputo e Matola lançam estratégia para reduzir inundações urbanas




Em 31 de março de 2025, as autoridades de Maputo e Matola deram início a um ambicioso plano para enfrentar o problema recorrente das inundações que, anualmente, forçam o reassentamento de milhares de pessoas.

O novo plano diretor integrado, fruto de uma colaboração entre os Serviços de Representação do Estado na Cidade de Maputo, o Município da Matola e a Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA), tem como foco a prevenção e mitigação de desastres naturais. A estratégia abrange a realização de estudos técnicos, o aprimoramento da capacitação dos profissionais e a implementação de medidas estruturais fundamentais.

Segundo o secretário de Estado na Cidade de Maputo, Vicente Joaquim, o projeto será dividido em três etapas principais: elaboração do documento estratégico, condução de estudos de viabilidade em áreas críticas e a realização de um intercâmbio técnico no Japão, destinado à troca de experiências sobre a prevenção de inundações. Ele destacou que as ações previstas buscarão não apenas resolver os problemas atuais, mas também prevenir novas ocorrências ao longo das próximas três décadas.

Durante a reunião inaugural do Comité Conjunto do Projeto, surgiram preocupações relacionadas à gestão dos resíduos sólidos acumulados nas valas de drenagem e à necessidade de integrar especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) à equipe. Joaquim assegurou que essas questões serão consideradas no plano e que a execução seguirá um modelo técnico robusto, capaz de reduzir os impactos das enchentes de forma eficaz.

Okuta Ishizuka, representante da JICA, reforçou que a iniciativa se insere no âmbito da cooperação técnica entre Moçambique e Japão, buscando fortalecer a capacidade institucional do país para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. "Ao longo dos próximos três anos, o projeto identificará e avaliará os riscos de inundações, realizará estudos de viabilidade e implementará medidas práticas, combinando a expertise japonesa com a realidade moçambicana", afirmou.

Além das ações já citadas, o plano também prevê a construção de sistemas modernos para escoamento de águas pluviais, o reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco e a limpeza regular das valas de drenagem, garantindo assim uma drenagem mais eficiente e segura.

Borges da Silva, presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Águas e Saneamento da Cidade de Maputo, ressaltou a necessidade urgente de investir em infraestruturas de drenagem. "É fundamental priorizar a criação de sistemas eficientes para o escoamento das águas, aliviando o sofrimento de centenas de munícipes que enfrentam inundações frequentes", concluiu.

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