Após a reunião entre o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, e Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial apoiado pelo partido PODEMOS nas eleições de outubro de 2024, o clima político ganhou novos contornos. A conversa gerou reações em diversas frentes, especialmente nos partidos com assento parlamentar.
Uma reunião que levanta questões
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), por meio do seu porta-voz, Ismael Nhacucue, considera a reunião um gesto positivo para a integração de Mondlane no diálogo nacional. Segundo Nhacucue, Mondlane é uma figura que não pode ser ignorada devido à sua influência entre o eleitorado moçambicano. “Integrá-lo no processo de diálogo é uma medida justa e necessária para promover a conciliação nacional”, afirmou.
Por outro lado, o secretário-geral honorário do PODEMOS, Hélder Mendonça, demonstrou uma posição mais cautelosa, destacando o ressentimento que o partido ainda nutre em relação a Mondlane. A mágoa decorre das acusações feitas por ele no passado, em que teria afirmado que o PODEMOS traiu o povo ao optar pelo diálogo político.
Debate sobre traição e reconciliação
Em declarações recentes, Hélder Mendonça reforçou suas críticas a Mondlane. “Se aplicarmos o mesmo raciocínio que ele utilizou para nos acusar de traição, seria coerente dizer que ele agora está seguindo o mesmo caminho que criticou, ao dialogar com o Presidente da República”, afirmou Mendonça, destacando que o partido ainda não decidiu se apoiaria a integração de Mondlane no processo de reconciliação.
Enquanto isso, a situação política permanece indefinida. A ausência de uma base partidária que sustente Mondlane levanta dúvidas sobre como ele poderá contribuir para o diálogo nacional e sobre a viabilidade de seu papel em futuras negociações.
A possível reaproximação ou afastamento definitivo entre Mondlane e o PODEMOS promete continuar sendo um tema central no cenário político moçambicano nas próximas semanas.
