O Governo de Moçambique expressou preocupação com a situação em algumas regiões onde grandes multinacionais estão envolvidas na exploração de minérios, garantindo que tomará medidas para proteger e promover os interesses das comunidades locais.
Um exemplo mencionado é o da empresa irlandesa Kenmare, que opera no distrito de Moma, em Nampula, com a extração de areias pesadas. A mineradora aguarda uma resposta do governo sobre o pedido de renovação contratual por mais 20 anos, submetido em setembro de 2022, mas ainda sem resposta após mais de dois anos.
Durante uma conferência de imprensa no último sábado, após a visita presidencial de três dias à província de Nampula, o Presidente da República, Daniel Chapo, explicou que o processo de negociação do contrato envolve a defesa dos interesses de ambas as partes para evitar prejuízos. O presidente destacou que, enquanto a Kenmare busca proteger os seus interesses como investidor, o Governo também está comprometido em defender os direitos do povo moçambicano, o que justifica o tempo necessário para alcançar um acordo.
Chapo também comentou sobre os desafios no distrito de Larde, relacionados com a responsabilidade social corporativa das empresas, apontando que as comunidades locais têm expressado preocupações sobre o nível de compromisso da Kenmare nesse aspecto.
A Kenmare possui dois contratos com o Governo de Moçambique: um para a exploração de areias pesadas, válido até 2029, e outro para o processamento de areias, que expirou em 2022. A empresa é a maior fornecedora mundial de iluminete e a terceira maior de titânio, recursos essenciais para a indústria aeronáutica, com principais mercados na China, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita.
