Itália demonstra entusiasmo com aprovação do projecto Coral Norte em Moçambique

 




Maputo, 10 Abr – O embaixador da Itália em Moçambique, Gabriele Annis, expressou hoje, em Maputo, a sua satisfação com a recente aprovação do Plano de Desenvolvimento do projecto Coral Norte FLNG, situado na Área 4 da Bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado. Para Annis, trata-se de um passo estratégico para o avanço da exploração de gás natural no país.


Este novo projecto, promovido pela empresa italiana ENI, consiste na construção de uma segunda plataforma flutuante de gás natural liquefeito (GNL), inspirada no sucesso do Coral Sul FLNG. O Coral Sul, aliás, alcançou recentemente um marco importante ao completar 100 exportações de GNL a partir das águas profundas de Cabo Delgado para o continente europeu.


Durante um evento no Porto de Maputo, em que participou a embarcação militar italiana Luigi Rizzo, o diplomata destacou o potencial económico da nova plataforma. Segundo ele, com um investimento estimado em quase sete mil milhões de dólares, a iniciativa promete impulsionar as receitas do Estado moçambicano e solidificar a presença do país no cenário energético global.


Annis afirmou ainda que Moçambique oferece actualmente um ambiente de negócios promissor para companhias italianas, o que pode atrair mais investimentos ligados ao Coral Norte nos próximos anos.


O plano prevê um período operacional de 25 anos, durante o qual o Estado moçambicano poderá arrecadar aproximadamente 23 mil milhões de dólares em receitas provenientes de impostos, contribuições e outras fontes.


 Além da exportação de GNL, o projecto contempla também o fornecimento de gás ao mercado interno, bem como o aproveitamento de condensado para iniciativas industriais no país.


A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) será responsável pela monetização do gás destinado ao mercado doméstico, e haverá também um esforço para capacitar trabalhadores moçambicanos e implementar um plano de sucessão para promover o talento local no sector.


Nazário Bangalane, presidente do Instituto Nacional de Petróleos, afirmou que a aprovação do Coral Norte representa um marco estratégico para a política energética do país e contribui significativamente para o aproveitamento sustentável dos seus recursos. 


Para ele, o projecto tem o potencial de gerar impactos positivos tanto económicos quanto sociais, criando novas oportunidades de emprego e qualificação profissional.


O consórcio responsável pela Área 4 é liderado pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), que reúne a Eni, ExxonMobil e a CNPC, detendo 70% da participação. A ENH, Galp e KOGAS detêm, cada uma, 10% de participação.

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