Durante a abertura da IV Sessão Ordinária do Comitê Central da Frelimo, realizada na Matola, nos arredores de Maputo, Daniel Chapo afirmou que as eleições de 9 de outubro ocorreram em um contexto de fortes pressões internas e externas, cujo objetivo era retirar a Frelimo do poder. Segundo ele, essa situação insere-se em uma estratégia mais ampla para enfraquecer partidos e antigos movimentos de libertação nacional na África Austral.
Apesar desse cenário, Chapo destacou que a Frelimo se preparou de forma organizada, garantindo a vitória em todas as etapas do processo eleitoral. Para ele, a capacidade de mobilização e estruturação do partido possibilitou o sucesso do seu candidato, refletindo a verdadeira vontade dos eleitores expressa nas urnas.
Daniel Chapo foi eleito presidente de Moçambique em meio a uma onda de contestação e manifestações lideradas por Venâncio Mondlane, candidato opositor que não reconheceu os resultados. Os protestos, que se estenderam por cinco meses, resultaram em mais de 360 mortes.
O líder moçambicano enfatizou a necessidade de uma análise profunda sobre as causas dessas manifestações, classificadas por ele como violentas e ilegais. Para além da influência de fatores externos, Chapo defendeu uma reflexão interna dentro da Frelimo, a fim de corrigir possíveis falhas e garantir a estabilidade política duradoura no país.
Reafirmando a vitória da Frelimo e de seu candidato, Chapo argumentou que os protestos não refletem os resultados eleitorais, mas fazem parte de um plano deliberado para desestabilizar Moçambique e prejudicar sua economia. Durante sua intervenção, expressou gratidão aos membros do Comitê Central, militantes e à população pelo apoio demonstrado no período pós-eleitoral.
Na sessão do Comitê Central, que se estende até sábado na Escola Central da Frelimo, serão debatidos desafios eleitorais e estratégias para o futuro do partido. Também estão em pauta a análise de relatórios internos, o Plano de Atividades e Orçamento para 2025, bem como a proposta do Programa Quinquenal do Governo (2025-2029) e do Plano Econômico e Social para o próximo ano, já submetidas ao Parlamento.
Os 254 membros efetivos do Comitê Central da Frelimo voltam a se reunir após, em fevereiro, terem confirmado Daniel Chapo como presidente do partido e eleito Chakil Aboobakar para o cargo de secretário-geral.
