PRESIDENTE SUL AFRICANO DISSE NO DOMINGO QUE O SEU GOVERNO NÃO RESPONDERÁ POR DESPEITO OU GUIADOS POR EMOÇÕES.

 





07 de abril de 2025 (Lusa) – O Presidente da África do Sul afirmou no domingo que o seu governo não responderá com hostilidade nem de forma impulsiva à imposição de tarifas de 31% sobre as exportações sul-africanas anunciadas pelos Estados Unidos.


Durante uma reunião do Congresso Nacional Africano (ANC), o Presidente Cyril Ramaphosa destacou que o seu país continuará a lidar com a situação com responsabilidade e equilíbrio: "Não somos um governo que reage por rancor ou movido por emoções", declarou o chefe de Estado à imprensa.


Ramaphosa reconheceu que os Estados Unidos, enquanto nação soberana, têm o direito de tomar decisões conforme os seus interesses. “Eles decidiram impor estas tarifas, e estamos a analisar os efeitos que isso terá sobre a nossa economia”, acrescentou.


Na última sexta-feira, o ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ronald Lamola, alertou que eventuais retaliações comerciais poderiam impactar negativamente diversos setores econômicos do país, incluindo a indústria automobilística, a agricultura, a produção de alimentos e bebidas, o setor metalúrgico, químico e outros ramos industriais.


Apesar de alguns produtos — como aço, medicamentos, minerais estratégicos e recursos energéticos — terem sido isentados das novas taxas, Lamola advertiu que o restante das medidas trará consequências negativas para o emprego e para o crescimento económico nacional.


Para mitigar esses impactos, o governo sul-africano já está a procurar expandir e diversificar seus mercados de exportação, explorando novas oportunidades comerciais em regiões como África, Ásia, Europa, Médio Oriente e Américas.


Na última quarta-feira, durante um evento na Casa Branca, o Presidente norte-americano Donald Trump anunciou uma tarifa geral de 10%, que passou a vigorar no sábado, além de sobretaxas adicionais aplicadas a países considerados os “piores infratores” por colocarem barreiras a produtos dos EUA.


“A situação na África do Sul é grave. Temos enviado bilhões de dólares ao país, mas decidimos cortar os fundos por causa de muitos acontecimentos negativos”, declarou Trump. Em fevereiro, ele já havia determinado a suspensão de toda a ajuda ao país africano, acusando o governo de expropriação de terras pertencentes à minoria branca ‘afrikaner’ e de atacar Israel por meio de ações no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).


Além da África do Sul, as novas tarifas também afetaram outras nações africanas: Lesoto (50%), Madagáscar (47%), Angola (32%), Namíbia (21%), Zâmbia (17%), Moçambique (16%), Nigéria (14%), Guiné Equatorial (13%), República Democrática do Congo (11%) e Camarões (11%), além de vários outros países que foram abrangidos pela taxa global de 10%. 



Enviar um comentário

0 Comentários
Our website uses cookies to enhance your experience. Learn More
Ok, Go it!