Maputo, 15 de Abril – A Associação dos Profissionais Unidos da Saúde de Moçambique (APSUSM) anunciou que poderá retomar a greve nacional a partir desta quinta-feira, caso o governo continue sem apresentar soluções para as questões discutidas nas reuniões realizadas entre ambas as partes.
A paralisação estava inicialmente agendada para 31 de março, em protesto contra a exclusão dos profissionais de saúde das prioridades do governo nos primeiros 100 dias de mandato.
No entanto, após o agendamento de uma reunião por parte do Executivo, a greve foi adiada. Agora, a direção da APSUSM acusa o governo de não ter dado resposta concreta às principais reivindicações da classe, que incluem pagamento de horas extraordinárias e reajuste salarial.
Anselmo Muchave, presidente da associação, afirmou esta segunda-feira, em Maputo, que a primeira fase da greve consistirá na suspensão de todos os serviços hospitalares fora do horário normal de trabalho, das 7h30 às 15h30, incluindo feriados e fins de semana.
Segundo ele, o objetivo é pressionar as autoridades para que melhorem as condições laborais, garantam o fornecimento regular de medicamentos, equipamentos médicos e cirúrgicos, alimentação adequada para pacientes internados e mais camas hospitalares para reduzir a superlotação.
“O não pagamento de horas extras, subsídios de turno e o descanso semanal previsto por lei levou os profissionais a suspenderem os turnos como forma de dar ao governo tranquilidade para reorganizar o orçamento e fazer os pagamentos devidos”, explicou.
Muchave destacou que esta é apenas a primeira fase da greve, já que, segundo ele, não há qualquer esforço visível por parte do governo para resolver as exigências da categoria. Acrescentou ainda que a associação orientou os trabalhadores a não recorrerem a alternativas improvisadas em caso de falta de materiais, devendo aguardar o fornecimento por parte do Estado.
“Este governo tem demonstrado falta de seriedade. Diferente do passado, hoje só recebemos promessas vazias e desonestidade desde o início desta negociação”, concluiu.
