A Renamo informou que 251 dos seus antigos guerrilheiros, desmobilizados no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), estão desaparecidos e sem qualquer contacto, o que tem atrasado o encerramento da fase de fixação e pagamento de pensões.
O anúncio foi feito esta quinta-feira, em Sofala, por André Magibire, responsável da Comissão de Assuntos Militares do partido, que destacou as dificuldades em localizar os ex-combatentes. "Não conseguimos falar com eles, os contactos que tínhamos já não funcionam e muitos mudaram de residência", explicou.
Magibire acrescentou que o departamento de assuntos sociais da Renamo está a trabalhar com as delegações políticas provinciais e distritais para tentar encontrar os desaparecidos.
Do total de 5.221 combatentes desmobilizados pela Renamo no âmbito do DDR, mais de 4.500 já começaram a receber as suas pensões. Os restantes ainda estão a aguardar a finalização do processo.
Questionado sobre o ataque ocorrido em Marínguè, que terá sido protagonizado por indivíduos com mais de 50 anos, suspeitos de serem antigos combatentes da Renamo, Magibire preferiu não se pronunciar e indicou que é o Governo quem deve prestar esclarecimentos sobre o caso.
Relativamente à destruição de material com a imagem do presidente da Renamo e ao encerramento de sedes do partido por ex-combatentes descontentes, Magibire condenou os actos.
"Fechar delegações por não se concordar com o Presidente não é o caminho", afirmou, defendendo que o partido deve promover o diálogo interno. "Se conseguirmos juntar todos numa reunião para discutir os problemas, acredito que podemos mudar a situação. O próprio presidente Ossufo Momade poderá dar resposta às acusações", concluiu.
A conferência de imprensa, realizada na cidade da Beira, visava atualizar o estado do processo de pensões inserido no DDR.
