Venâncio Mondlane promete intensificar protestos com “Turbo VM24 Ultra Plus”





Durante um comício realizado ontem em Quelimane, o ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane alertou que irá lançar uma nova fase de manifestações, denominada “Turbo VM24 Ultra Plus”, caso mais algum dos seus apoiantes sofra ferimentos ou venha a falecer. A declaração foi motivada pelo baleamento de Joel Amaral, conhecido como MC Trufafa, ocorrido no domingo.


“Esta é a última oportunidade que eles têm. Se houver mais uma vítima, vamos acionar o ‘Turbo VM24 Ultra Plus’”, afirmou Mondlane, mencionando os 47 coordenadores e simpatizantes do seu movimento que já perderam a vida.


Nos últimos meses, diversos casos de violência contra membros e apoiantes do partido Podemos têm sido reportados. Em Janeiro, o jornalista e ex-integrante da Renamo, Arlindo Chissale, foi assassinado. Chissale havia aderido ao Podemos e apoiava Mondlane.


Mais recentemente, Rachid Eduardo, delegado do partido na aldeia Imtutupue, distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado, foi mortalmente alvejado por agentes policiais que, segundo testemunhas, se dirigiram à sua casa e abriram fogo.


Outra tentativa de assassinato ocorreu em Moatize, Tete, quando o General Carlos Barbosa, ex-guerrilheiro da Renamo e atual delegado do Podemos, foi alvo de um ataque a tiros. Os supostos agressores, alegadamente pertencentes a esquadrões da morte, dispararam oito vezes contra Barbosa, que escapou ileso.


Esses episódios refletem uma crescente repressão política contra membros da oposição, especialmente os ligados ao Podemos. Desde os protestos de Outubro de 2024, que contestavam os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo da Frelimo, casos de perseguição, tortura e silenciamento têm sido constantes.


Mesmo após um acordo assinado entre Mondlane e Chapo, em 24 de Março, que previa o fim da violência e garantias de assistência médica gratuita aos feridos dos protestos — incluindo agentes da polícia e membros da Frelimo —, novos atos de violência continuam a ser reportados.


Exemplo disso foi o assassinato de Abdul Bacar, chefe da mobilização do Podemos em Montepuez, Cabo Delgado, supostamente abatido por indivíduos trajando uniformes semelhantes aos das forças de segurança. Em Angoche, Nampula, a casa de Ossufo Júlio Mucussete, delegado do Podemos, foi incendiada.


A tensão política no país persiste, alimentada por episódios de violência que continuam a colocar em risco a segurança dos membros da oposição.

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