As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) estão em ação no encalço de grupos terroristas responsáveis por uma série de ataques ocorridos na Reserva Especial do Niassa.
No último dia 23, insurgentes atacaram as instalações da Kambako Safaris, no bloco L9 da reserva, onde assassinaram brutalmente dois funcionários de nacionalidade zimbabueana por decapitação, sequestraram um dos proprietários e incendiaram várias infraestruturas, incluindo escritórios, alojamentos, armazéns, veículos e até uma avioneta.
Os atacantes não se limitaram a esse alvo. Continuaram a ofensiva descendo pela margem do rio Lugenda, passando por Lusinde e invadindo o bloco da Mariri Camp. Durante esse percurso, provocaram o êxodo de habitantes da aldeia Bamba, que buscaram refúgio na sede distrital de Mecula.
Fontes locais relataram ao Moz24h que a situação é alarmante e que a presença de terroristas ameaça a continuidade das atividades económicas e turísticas na região. “Estamos em risco total. As comunidades estão em fuga, os bens foram destruídos, e o turismo está paralisado”, lamentaram.
Moradores expressaram preocupação com a resposta tardia das forças de segurança ao ataque em Kambako, embora reconheçam o atual esforço das FDS para conter os grupos armados. A insegurança pode comprometer também a agricultura local e reativar a caça furtiva na reserva, devido ao abandono da região por moradores e trabalhadores.
Esse não é o primeiro episódio de violência na Reserva Especial do Niassa. Em 28 de novembro de 2021, a aldeia Naulala foi alvo do primeiro ataque no distrito de Mecula, seguido por outro em 9 de dezembro do mesmo ano, que resultou na deslocação de mais de 600 famílias.
Naquele contexto, estavam em curso operações conjuntas de contenção em Cabo Delgado, com a participação de tropas ruandesas e da SAMIM, além da criação de barreiras em zonas estratégicas como Nairoto e Negomano, para impedir a expansão do terrorismo para outras províncias.
A atual situação na reserva reforça os alertas sobre a necessidade de vigilância constante e respostas mais rápidas por parte das forças de defesa, a fim de proteger as comunidades e preservar as atividades socioeconómicas na região.
