Na mais recente edição do Kleptocracy Report, a ZAM destaca a atuação corajosa de advogados e jornalistas em vários países africanos, que desafiam sistemas corruptos e lutam por justiça, apesar das ameaças e perseguições. O projeto Legal Rebels revela histórias de profissionais do direito no Malawi, Uganda, Camarões, Nigéria e Gana que enfrentam riscos reais ao confrontar o poder estabelecido.
A jornalista camaronense Elizabeth BanyiTabi compartilha sua vivência sob um regime cleptocrático, descrevendo a corrupção como uma prisão invisível. Em seu testemunho, ela relata perdas pessoais causadas pela migração forçada, denunciando o controle da elite sobre os recursos naturais, como o petróleo, em benefício próprio. Apesar das adversidades, há sinais de resistência: uma aliança entre a sociedade civil e advogados se formou para protestar contra injustiças e violência policial, trazendo esperança de mudança.
Outro destaque é a investigação conduzida por Olivier van Beemen sobre a organização African Parks, que administra reservas naturais em 11 países africanos. Apesar da imagem positiva promovida internacionalmente, a pesquisa expõe a realidade de comunidades deslocadas, promessas não cumpridas de desenvolvimento e práticas de conservação que, em alguns casos, ignoram os direitos humanos locais.
Além disso, o relatório traz uma análise crítica sobre a recorrência de colapsos de edifícios na Nigéria, explorando as ligações entre construção precária, corrupção e negligência oficial. Em paralelo, investigações revelam como figuras ligadas ao poder continuam a lucrar com recursos estatais no Zimbábue, enquanto a população permanece à margem.
Por fim, o boletim aborda a dimensão de gênero na migração, destacando como o trabalho das mulheres migrantes sustenta economias no exterior, mas seus próprios direitos e necessidades seguem negligenciados.
