Nos dois primeiros meses de 2025, Moçambique registrou um aumento significativo em acidentes de viação, totalizando 134 mortes decorrentes de 110 acidentes – um acréscimo de 40 óbitos (43%) em relação aos 94 registrados no mesmo período do ano anterior.
As informações foram divulgadas por Agostinho Amor, chefe da Repartição de Investigação e Peritagem de Acidentes de Viação, do Departamento de Trânsito do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, durante uma entrevista à Rádio Moçambique.
Os números também mostram um crescimento preocupante no número de feridos graves, que passou de 74 para 130 vítimas, além de um aumento de 57% nas lesões leves, que subiram de 151 para 237 ocorrências. Em termos de danos materiais, observou-se um aumento nas fatalidades, embora os danos leves tenham apresentado uma queda.
Maputo se destacou com 20 acidentes que resultaram em 20 mortes, enquanto outras províncias também sofreram com o problema: Gaza registrou 19 acidentes com 22 mortes; Inhambane teve 14 acidentes e 16 fatalidades; a província de Maputo contabilizou 16 acidentes que culminaram em 32 óbitos; e, em Manica, foram registrados 11 acidentes com sete mortes, sem contar um trágico incidente isolado que resultou em 23 óbitos.
Agostinho Amor apontou que o atropelamento de pedestres continua sendo a principal causa dos acidentes, com 43 incidentes que ocasionaram 39 mortes – em comparação com 35 casos no ano anterior. Os choques entre veículos ficaram em segundo lugar, com 24 acidentes resultando em 41 mortes, seguidos pelos despistes (25 acidentes e 30 óbitos) e pelas colisões entre carros e motos (nove acidentes com nove mortes).
As causas dos acidentes são, em grande parte, atribuídas à desobediência das regras de trânsito, com destaque para o excesso de velocidade – responsável por 68 acidentes –, além do consumo de álcool, ultrapassagens inadequadas e falhas mecânicas.
