A organização civil Sudan Doctors Network denunciou que 85 pessoas, entre elas 16 crianças, foram mortas em dois ataques violentos atribuídos às Forças de Apoio Rápido (RSF) nos estados de Cordofão Ocidental e Rio Nilo.
Esses ataques ocorrem no contexto do conflito armado iniciado em abril de 2023 entre as RSF e o exército sudanês, uma guerra que já provocou milhares de mortes. De acordo com a Sudan Doctors Network, 74 vítimas foram registradas no Cordofão Ocidental, enquanto outras 11 morreram em um ataque a deslocados no estado do Rio Nilo. No ataque à cidade de Al Zaafa, 74 pessoas perderam a vida, incluindo 12 crianças e nove mulheres, além de 178 feridos com diferentes níveis de gravidade.
A organização repudiou os "massacres cometidos pela RSF", ressaltando que essas ações representam violações graves dos direitos humanos. Também denunciou a prática recorrente de assassinatos de civis, saques e destruição de propriedades, criticando ainda a falta de resposta da comunidade internacional diante desses crimes de guerra.
Em outro episódio, na cidade de Atbara, no Rio Nilo, 11 pessoas – entre elas quatro crianças – foram mortas e 22 ficaram feridas após um ataque da RSF a um campo de deslocados. A Sudan Doctors Network afirmou que as forças paramilitares têm como alvo áreas civis e permanecem em silêncio sobre os acontecimentos.
A organização destacou que as agressões contra infraestruturas e campos de deslocados no Rio Nilo, Cordofão do Sul e Darfur são uma continuação das violações cometidas pela RSF contra a população civil. Por isso, apelou à ONU e a outros organismos internacionais para que aumentem a pressão sobre a liderança das milícias, exigindo o fim das violações.
O conflito entre o exército sudanês e as RSF teve início em abril de 2023, resultado de desacordos sobre a incorporação das forças paramilitares ao exército nacional, o que acabou por interromper o processo de transição política iniciado após a queda de Omar Hassan al-Bashir em 2019.
