Maputo, 28 de abril (AIM) – Um grupo de terroristas islâmicos invadiu a área de caça de Kambako, localizada na Reserva Especial do Niassa, na fronteira entre as províncias moçambicanas de Niassa e Cabo Delgado. Durante o ataque, ocorrido em 19 de abril, eles decapitaram dois funcionários do acampamento, incendiaram as instalações e saquearam mantimentos, segundo o jornal independente "Carta de Moçambique".
Conforme relatado, cerca de 40 insurgentes participaram da ação. As vítimas, que trabalhavam no acampamento, foram inicialmente baleadas e, em seguida, decapitadas. Após capturarem quatro outros funcionários, os atacantes exigiram um resgate de três milhões de meticais, mas a proposta foi recusada devido às diretrizes internacionais que proíbem o financiamento ao terrorismo. Em resposta, o grupo ateou fogo no acampamento principal.
A Kambako Safaris, empresa que administra a área de caça, informou que os terroristas também roubaram veículos, destruíram uma aeronave e subtraíram armas e uniformes pertencentes à Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia moçambicana. A empresa destaca que o ataque trouxe sérias consequências para a comunidade local, já que emprega anualmente cerca de 120 residentes.
Em comunicado, a empresa descreveu o ocorrido como uma ação de "bandidos oportunistas". "O que não foi saqueado – como combustíveis, alimentos, vestuários e veículos – foi completamente destruído pelo fogo que consumiu o acampamento", afirma a nota.
O ataque também arruinou os estoques recém-adquiridos para a temporada de caça, incluindo alimentos, bebidas, roupas de proteção, calçados, camas e uniformes. Segundo Jumbo Moore, sócio-fundador da Kambako Safaris, o local também havia recebido combustível para aeronaves, além de novos veículos, peças de reposição, sistemas de energia solar e de comunicação.
Moore acredita que os atacantes observaram a movimentação de caminhões abastecendo o acampamento e planejaram o assalto para se apossar dos suprimentos.
A Reserva Especial do Niassa conta com seis blocos de caça geridos por empresas privadas, sendo a Kambako uma das maiores operadoras do setor em Moçambique. Há grande preocupação de que esse ataque leve ao cancelamento de reservas turísticas, não só nos blocos da Niassa, mas também em outras áreas de caça do país, o que poderia trazer graves prejuízos econômicos e afetar centenas de trabalhadores.
