Carlos Siliya assumiu recentemente o cargo de secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), com a missão de melhorar as condições de vida dos veteranos da luta armada. Ele foi eleito no sábado, durante a I Sessão Extraordinária do Comité Nacional da organização, com 103 votos, vencendo Raimundo Diomba, que obteve 67.
A eleição acontece após o falecimento de Fernando Faustino, em novembro do ano passado, e a renúncia de Ágata Tadeu, que exercia interinamente a função.
Na mesma cerimónia, Daniel Chapo, atual presidente da Frelimo, foi confirmado como líder da ACLLN, sucedendo Filipe Nyusi.
Entre as prioridades de Siliya estão a reabilitação do projeto do Museu da Resistência Colonial, localizado na antiga "Vila Algarve", e a requalificação da chamada “Zona Militar”, situada no bairro da Coop, em Maputo.
Segundo ele, o local tem sido estigmatizado devido ao elevado consumo de álcool e drogas, afetando diretamente os combatentes e suas famílias. Para enfrentar esse cenário, o novo secretário-geral pretende colaborar com os Ministérios dos Combatentes e da Defesa Nacional.
Outra proposta do novo dirigente é a reformulação dos critérios de gestão do Fundo da Paz, além da criação de gabinetes para descendentes dos combatentes nas delegações provinciais.
Siliya também sublinhou a importância de resgatar e divulgar as memórias dos combatentes, promover a valorização da história da luta armada e defender a revisão das pensões dos veteranos.
Durante o evento, Daniel Chapo incentivou a nova liderança a manter elevados padrões de gestão e a reforçar o papel da ACLLN na defesa dos ideais da luta pela independência, destacando os valores da paz, da soberania e do patriotismo. Encorajou ainda os veteranos a partilharem os seus testemunhos, para que a história da nação seja preservada nas futuras gerações.
Com uma carreira que inclui o cargo de Ministro dos Combatentes (2020-2022) e experiência diplomática na ONU, Siliya possui formação em Antropologia e Relações Internacionais, além de um mestrado em Diplomacia concluído em Genebra, na Suíça.
