Empresários apelam por inclusão de PME’s em oportunidades geradas pelo projecto Coral Norte





Empresários nacionais estão a solicitar a criação de um grupo de trabalho integrado por representantes do Governo, operadoras do sector e o sector privado, com o objetivo de desenvolver projectos específicos que possam ser executados por Pequenas e Médias Empresas (PMEs), no âmbito da exploração de gás natural através da plataforma flutuante Coral Norte (FLNG).


A proposta inclui também a implementação antecipada de medidas que permitam estabelecer um modelo de gaseificação associado ao projecto, facilitando o arranque das actividades de processamento, purificação, comercialização e distribuição (segmento downstream) do gás.


Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), defendeu que a preparação deve começar já, antes mesmo do início da produção efetiva de gás. "Não podemos esperar que o gás esteja disponível para começarmos. É fundamental tomar decisões agora", afirmou durante uma conferência de imprensa.


Vuma destacou ainda que o novo plano de desenvolvimento do Coral Norte prevê a utilização do condensado produzido para dinamizar iniciativas industriais no país. Ao contrário do projecto Coral Sul FLNG, em operação desde novembro de 2022, o Coral Norte destina-se ao fornecimento de gás doméstico, considerado essencial para o processo de industrialização nacional.


Entre os benefícios antecipados está a disponibilização inicial de 10% do gás para consumo interno, com a possibilidade de aumentar esta quota até 25%, o que poderá trazer impactos económicos significativos e positivos.


Segundo a CTA, este novo projecto tem potencial para reforçar a confiança dos investidores e melhorar a imagem internacional de Moçambique, contribuindo também para estabilizar o ambiente político e económico após os episódios de tensão pós-eleitoral.


O Coral Norte é liderado pela ENI East Africa S.P.A., em parceria com as multinacionais Exxon Mobil e CNPC. Juntas, estas empresas compõem 70% da estrutura accionista da Mozambique Rovuma Venture (MRV), sendo os restantes 30% divididos entre a ENH, a GALP e a KOGAS, com participações de 10% cada.

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