O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) revelou que, apenas nos primeiros três meses deste ano, foram instaurados 334 novos processos relacionados com práticas corruptas, que resultaram num prejuízo de cerca de 258,7 milhões de meticais ao Estado, o equivalente a aproximadamente quatro milhões de dólares.
De acordo com Romualdo Johnam, porta-voz da instituição, esses casos somam-se aos 799 processos iniciados em 2024 que ainda aguardam resolução. Dentre os casos analisados, o Ministério Público concluiu 227, dos quais 147 estão em fase de seguimento judicial e 80 foram arquivados por falta de provas suficientes.
Entre os crimes mais frequentes estão corrupção passiva (130 casos), abuso de cargo (54), peculato (47), corrupção ativa (36) e simulação de competências (28).
Dentre os casos de maior impacto destaca-se um processo que envolve uma empresa de revenda de combustíveis na província de Tete, acusada de usar documentos falsificados para solicitar reembolsos indevidos do IVA, causando um prejuízo de 81,2 milhões de meticais.
Outro caso envolve um funcionário do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), acusado de desviar cerca de 490 milhões de meticais através de transferências eletrónicas para contas pessoais e de familiares. Três pessoas já foram detidas no âmbito desta investigação.
O GCCC reconhece que a lentidão na tramitação dos processos é um desafio persistente, agravado pela escassez de magistrados, investigadores e outros profissionais da área. A instituição defende o reforço do quadro técnico como medida essencial para acelerar a resposta judicial nos casos de corrupção.
