Diversas empresas do setor privado enfrentam dificuldades para manter suas operações devido à severa escassez de moeda estrangeira no país, o que compromete a importação de matéria-prima.
No setor da panificação, por exemplo, Victor Miguel alerta que algumas moageiras já não conseguem importar trigo e até sinalizaram a possibilidade de encerrar suas atividades. Em declarações à STV, ele prevê impactos significativos para as panificadoras: “Se o grão não entrar em Moçambique, enfrentaremos uma grave crise na produção e poderá haver escassez de pão”.
Eduardo Sengo, Diretor Executivo da CTA, aponta que os setores do turismo, transportes, logística e comércio em geral já sofrem as consequências da falta de divisas. Segundo ele, o Banco de Moçambique (BM) foi informado sobre o problema e recebeu propostas do setor privado para lidar com a situação.
Entretanto, o governador do BM, Rogério Zandamela, assegura que há liquidez suficiente de moeda estrangeira no país. “Atualmente, estamos confortáveis com o nível de liquidez existente no sistema. Não há necessidade de interferir na liquidez estrutural ou alterar as reservas obrigatórias, portanto, vamos manter a atual política”, afirmou.
Apesar dessa posição, Sengo desafia o BM a fornecer dados mais detalhados e esclarecer melhor a situação, para que se compreenda o motivo pelo qual os bancos comerciais não estão conseguindo disponibilizar essas divisas ao mercado.
