O Governo de Moçambique aprovou um investimento de 6.600 milhões de euros para a implementação do projeto Coral Norte de Gás Natural Liquefeito (GNL), cuja produção anual deverá atingir 3,5 milhões de toneladas métricas, com início previsto para o segundo trimestre de 2028.
Segundo o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, o plano aprovado representa a segunda fase de desenvolvimento do campo Coral Norte, localizado na Área 4 da bacia do Rovuma, e compreende a construção de uma unidade flutuante de liquefação de gás (FLNG), além de seis poços de produção. A infraestrutura será semelhante à já existente no projeto Coral Sul, operado pela petrolífera italiana Eni.
A decisão foi anunciada após a sessão do Conselho de Ministros realizada esta terça-feira (9), em Maputo, na qual foi apreciado e aprovado o decreto que autoriza a execução do plano de desenvolvimento para a produção e exploração de GNL ao longo de 30 anos.
Durante uma reunião com o Presidente da República, Daniel Chapo, realizada em janeiro deste ano, o CEO da Eni, Claudio Descalzi, reafirmou o compromisso da empresa em ampliar suas operações no país. Em uma carta enviada a Chapo após a sua posse, Descalzi sublinhou o papel estratégico do projeto Coral Norte na projeção internacional de Moçambique no setor energético. A carta também mencionava o interesse da Eni em apoiar iniciativas locais e contribuir para a transição energética, através de projetos de óleo vegetal e reflorestamento.
Em outubro de 2023, uma fonte da Eni já havia revelado à agência Lusa que a empresa estava em negociação com o governo moçambicano sobre a instalação de uma nova unidade flutuante similar à Coral Sul, em operação desde 2022.
Além disso, um relatório divulgado este ano pela consultora Deloitte destacou que os recursos de gás natural liquefeito em Moçambique podem gerar até 100 mil milhões de dólares (cerca de 96,2 mil milhões de euros) em receitas. O estudo posiciona o país como um futuro protagonista global na produção de gás, prevendo que Moçambique poderá representar até 20% da produção africana até 2040, entrando para o grupo dos dez maiores produtores mundiais.
