O funeral do Papa Francisco, marcado para este sábado às 10 horas (11 horas em Moçambique), marcará um momento inédito na história recente da Igreja Católica, ao romper com práticas que se mantiveram por mais de um século.
A urna que guarda o corpo do pontífice será encerrada esta noite, às 20h em Roma, com duas tampas — uma de zinco e outra de madeira — antes de ser transferida para um altar em frente à Basílica de São Pedro, onde será celebrada a missa de corpo presente.
A cerimónia será presidida pelo decano do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re, e contará com a presença de autoridades religiosas e civis de todo o mundo. Após a missa, em vez de ser sepultado na tradicional cripta da Basílica de São Pedro, Francisco será levado para a Basílica de Santa Maria Maior, onde descansará de forma permanente.
O próprio Papa expressou, em vida, o desejo de repousar nesse local, por ser um espaço de especial devoção para ele. Sempre que viajava, passava por ali para rezar à Virgem Maria antes da partida e agradecia após o retorno. Essa ligação afetiva guiou sua escolha final.
A Basílica de Santa Maria Maior, a cerca de quatro quilómetros da Basílica de São Pedro, situa-se numa área populosa e multicultural, onde vivem muitos migrantes. A decisão de ser enterrado ali também reflete o compromisso de Francisco com os marginalizados e com os que vivem nas periferias da sociedade.
O cortejo fúnebre será feito de carro e deve levar cerca de uma hora. A urna será sepultada de maneira simples, como era seu desejo: um único caixão de madeira com base de zinco, sem ostentações, contendo apenas a inscrição "Franciscus", em latim.
Com este gesto, o Papa Francisco torna-se o primeiro pontífice em mais de 100 anos a ser enterrado fora da Basílica de São Pedro. Ele será o oitavo papa sepultado em Santa Maria Maior, sendo que o último ali enterrado foi o Papa Clemente IX, em 1666.
A partir de domingo, os fiéis já poderão visitar o túmulo.
