Os operadores de transportes semi-coletivos estão progressivamente a abandonar o terminal localizado na Avenida Zedequias Manganhela, na zona baixa da cidade de Maputo, motivados pela acumulação de águas pluviais e residuais, que torna o ambiente insalubre e de difícil acesso.
Além da água estagnada, a via apresenta um estado avançado de degradação, dificultando a circulação de veículos. Embora o troço tenha sido reabilitado em 2023, voltou a deteriorar-se rapidamente, levando motoristas e passageiros a procurarem alternativas para embarque e desembarque.
O terminal servia rotas com destino à vila de Boane, cidade da Matola, Liberdade e Mozal. No entanto, apenas os transportes da Mozal permanecem a operar no local.
“Os danos nos veículos são constantes, obrigando-nos a ir à oficina quase todas as semanas. O cheiro forte também afasta os passageiros, e foi por isso que os transportadores das outras rotas saíram daqui”, contou Joaquim Hhamine, cobrador.
Eugénio Macucule, utente do transporte, expressou o seu desconforto com o mau cheiro, dizendo que os passageiros agora se alinham ao longo da Avenida Guerra Popular para apanhar os autocarros que seguem para Boane e Matola.
Com a mudança de rotas, os vendedores informais também enfrentam dificuldades, devido à queda no movimento de pessoas na área. “Os chapas evitam a via por causa da cratera aberta na estrada. Agora preferem a Avenida 25 de Setembro e seguem pela Guerra Popular. Isso afastou a clientela”, explicou Tinoca Cumbe, vendedora.
A situação tem causado ainda maior pressão em outros terminais, com problemas como estacionamento desordenado e aumento do congestionamento.
João Munguambe, vereador de Infraestruturas e Salubridade, afirmou que há um plano para a reabilitação da Zedequias Manganhela. As obras incluirão melhorias no sistema de drenagem e a reposição do pavimento. “Esperamos iniciar os trabalhos dentro de dois meses, e a data exata será anunciada em breve”, assegurou.
