Mocímboa da Praia, 3 de Maio de 2025 – Três militares das Forças de Defesa do Ruanda perderam a vida e outros nove ficaram gravemente feridos após uma emboscada realizada por insurgentes na aldeia de Ntotwe, no distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique. Durante o ataque, os agressores conseguiram capturar duas armas pesadas do tipo RPG-7, agravando ainda mais o nível de ameaça na região.
O ataque, ocorrido na manhã de sexta-feira, junta-se a uma série de incidentes violentos que têm vindo a aumentar nos últimos tempos. A ofensiva insere-se num padrão de intensificação dos ataques por parte de grupos armados que, no mês anterior, invadiram quatro aldeias em Ancuabe, bloquearam a EN14 — ligação estratégica entre Pemba e Montepuez — e incendiaram dois camiões, um deles transportando ajuda alimentar da ACNUR destinada a vítimas de desastres naturais e terrorismo.
Na mesma linha de violência, na semana passada insurgentes atacaram duas vezes uma coutada da Reserva Nacional do Niassa, matando dois civis, destruindo habitações e queimando os alimentos que haviam sido recentemente entregues à comunidade local.
Estes episódios refletem a crescente onda de ataques armados que vêm assolando as províncias de Cabo Delgado e Niassa, apesar dos esforços das forças moçambicanas e do apoio militar ruandês. As ações dos insurgentes continuam a expor falhas no controlo territorial e colocam em causa os avanços proclamados pelas autoridades em relação à estabilidade da zona.
Até ao momento, o comando conjunto das forças envolvidas ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o incidente em Ntotwe. No entanto, fontes no terreno indicam que operações de perseguição aos autores do ataque já estão em andamento.
O atual cenário de violência levanta sérias preocupações quanto à eficácia da resposta militar e ao sofrimento contínuo das populações civis, que vivem num ciclo constante entre o desejo de segurança e o receio de novos confrontos.
