O Procurador-Geral da República, Américo Letela, comunicou durante uma sessão na Assembleia da República que ainda estão em curso as investigações relativas aos assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe, ocorridos em outubro de 2024.
Letela destacou a complexidade do processo investigativo e pediu compreensão à sociedade, argumentando que a busca pela verdade requer tempo e não deve ser apressada. “Nos últimos tempos, surgiram diversas especulações sobre o caso. É essencial que o inquérito seja conduzido com rigor e responsabilidade, para que se chegue a conclusões justas e fundamentadas”, disse, alertando que a pressa pode comprometer a qualidade das apurações.
Ao abordar os episódios de violência ocorridos durante as manifestações, o Procurador-Geral reconheceu falhas por parte de alguns membros das Forças de Defesa e Segurança.
Segundo ele, é fundamental investir na formação contínua desses agentes para assegurar o respeito pelos direitos dos cidadãos, especialmente em um contexto de desconfiança nas instituições de segurança.
Em relação às denúncias de violações de direitos humanos em Afungi, na província de Cabo Delgado, Letela informou que foi criada uma equipa de investigação composta pelo vice-procurador e membros de uma comissão de direitos humanos. Essa equipa será responsável por apurar possíveis abusos cometidos por elementos das Forças Armadas de Defesa.
Por fim, Letela manifestou preocupação com o crescimento preocupante de crimes como casamentos prematuros, abuso sexual de menores e homicídios, com destaque para a província de Sofala. “É inaceitável que esses atos se tornem tão recorrentes. Temos o dever de agir com determinação para proteger as vítimas e responsabilizar os autores.
