O político moçambicano Venâncio Mondlane afirmou que a morte do cidadão português José Pedro Alves da Silva, baleado na passada sexta-feira na cidade da Matola, representa uma grave falha por parte de algumas autoridades, que, segundo ele, agem com "ligeireza cúmplice". Mondlane classificou o episódio como uma mancha para o Governo moçambicano.
Em comunicado partilhado nas redes sociais, o político descreveu o assassinato como "macabro e repugnante", inserindo-o num padrão de crimes violentos que, segundo ele, têm sido facilitados pela inércia de certos setores da polícia e dos serviços de segurança. “Na omissão, fazem crescer a indústria do crime organizado”.
O incidente ocorreu por volta das 13h locais, quando José Pedro Alves da Silva foi baleado no peito dentro do seu carro por desconhecidos que se deslocavam noutro veículo. De acordo com a Polícia da República de Moçambique (PRM), trata-se de uma tentativa de roubo, descartando-se, até ao momento, a hipótese de sequestro. A vítima transportava, segundo as autoridades, somas elevadas de dinheiro.
Mondlane, que recentemente liderou contestações aos resultados eleitorais no país, apelou a uma investigação célere e eficaz. Disse ser essencial responsabilizar os autores do crime e desmantelar redes de criminalidade organizada que, segundo ele, têm ligações a certos círculos militares.
A PRM confirmou que já iniciou operações para localizar e deter os responsáveis pelo ataque. Alves da Silva faleceu a caminho do Hospital José Macamo, em Maputo.
Empresário e administrador da empresa SOTUBOS, dedicada à venda de tubos e materiais de construção, José Pedro era filho de Alberto Silva, ex-presidente do Sporting de Braga, atualmente embaixador do clube para a África Austral. O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, já expressou condolências à família.
