Após enfrentar uma pneumonia e dias de incerteza, o Papa Francisco começou a mostrar sinais de melhora. E quando a recuperação já era evidente, ele decidiu expressar gratidão. Não por meio de discursos ou bênçãos solenes, mas com um gesto humilde e afetuoso: pizzas. O pontífice deu dinheiro a um colaborador e pediu que comprasse pizzas para todos que o atenderam naquele dia. A ala hospitalar onde ele estava internado logo se transformou em uma pizzaria improvisada, com médicos, enfermeiros e outros profissionais saboreando o agradecimento.
O relato foi feito pelo médico Sergio Alfieri, que já havia acompanhado Francisco em procedimentos anteriores, nos anos de 2021 e 2023. Segundo Alfieri, o Papa já demonstrava sinais de recuperação antes mesmo do gesto simbólico. Ele passeava pelos corredores em cadeira de rodas, observava os quartos vizinhos e trocava olhares gentis com outros pacientes.
Entretanto, a internação não foi isenta de momentos delicados. De acordo com o médico, Francisco enfrentou episódios críticos, incluindo crises respiratórias e regurgitações, que quase fizeram a equipe médica considerar suspender o tratamento para evitar danos a outros órgãos. “Foi praticamente um milagre”, afirmou Alfieri.
A virada no quadro de saúde pareceu ocorrer quando o Papa fez uma pergunta simbólica: “Ainda estou vivo? Quando voltamos para casa?”. A partir de então, ele começou a se mostrar mais ativo, olhando pela janela e até conversando com uma senhora de 79 anos, Carmela, que frequentemente lhe trazia flores amarelas.
No domingo, dia 23, Francisco recebeu alta. Ele deixou o hospital do mesmo jeito que entrou: com fé, um sorriso discreto e agora cercado pelo afeto renovado de quem não só o cuidou, mas também lhe deu carinho. Em retribuição, entregou algo simples, mas cheio de significado — fatias de pizza que simbolizavam sua profunda gratidão. Afinal, até um Papa sabe que agradecer também pode ser um gesto saboroso.
