Maputo, 25 de Abril – O Ministro da Saúde, Armindo Tiago, manifestou forte preocupação com a atual greve dos profissionais de saúde, considerando a paralisação como um verdadeiro desastre para o país. Em declarações feitas durante a cerimónia central do Dia Mundial de Combate à Malária, na província de Gaza, o governante apelou ao diálogo e à proteção dos doentes, que são os mais afetados pela situação.
Desde a semana passada, várias unidades de saúde em todo o país têm funcionado com serviços reduzidos devido à greve, o que tem sobrecarregado ainda mais o Sistema Nacional de Saúde. Em Xai-Xai, após a inauguração de um novo laboratório de saúde pública, o ministro Ussene Isse classificou a greve como uma atitude que compromete diretamente a vida dos pacientes.
“Não é admissível cruzarmos os braços enquanto vidas humanas estão em risco. Trabalhar na saúde exige sensibilidade, empatia e compromisso com a vida, que é o bem mais precioso do ser humano”, afirmou. Isse acrescentou que a profissão de saúde exige sacrifício e que, devido à sua natureza, não comporta paralisações.
O ministro apelou à paciência por parte dos profissionais, sublinhando que o Governo mantém-se disponível para dialogar e encontrar soluções conjuntas. “Sabemos que existem divergências, é natural, mas temos de nos unir para enfrentá-las sem prejudicar os doentes. Fizemos um juramento de salvar vidas, e esse deve ser o nosso foco”, reforçou.
No mesmo evento, o ministro destacou progressos no combate à malária, revelando que o número de casos tem diminuído significativamente. Em 2024, foram registados cerca de 11,6 milhões de casos, contra os 13,2 milhões notificados em 2022, representando uma queda de 12%. O número de mortes também caiu para 356, uma redução de 4%.
Apesar desses avanços, Ussene Isse afirmou que a malária continua a representar um desafio sério para o desenvolvimento do país, afetando a produtividade e contribuindo para o absentismo escolar e laboral.
Ele alertou ainda para o impacto dos três ciclones que atingiram o país nos últimos meses, agravando as condições de saneamento e aumentando o risco de transmissão da malária.
Como parte da estratégia de combate à doença, o Ministério da Saúde vai implementar uma abordagem integrada, que inclui a distribuição de redes mosquiteiras de nova geração, a aplicação da quimioprevenção em zonas de alta transmissão, e a expansão da vacinação contra a malária, iniciada na província da Zambézia e que será estendida a outras províncias ainda este ano.
